terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Condenado por falso estupro é absolvido após 16 anos

O técnico em telefonia Jonas da Silva Cruz, 53, detido em setembro de 1994 sob acusação de ter estuprado uma garota de 12 anos na época é absolvido. Lucineide Santos Souza era vizinha do acusado.
Em 2008, Soró, como é conhecido, foi tirar um atestado de antecedentes criminais e acabou preso. Sem que soubesse, ele havia sido condenado em 1995 pelo tal estupro, mas, por um motivo que permanece inexplicado, durante 13 anos nunca foi procurado pela Justiça. Morador de Nova Sussuarana, ele perdeu o emprego, perdeu a casa e muitas amizades.
Até que, no início deste ano, aquela adolescente que o acusou, hoje mulher feita, resolveu falar a verdade: não houve estupro e nem mesmo assédio. Ao juiz da Vara de Execuções Penais, Lucineide revelou que toda a história foi criada por sua mãe. E que Jonas sequer a tocou.
Na última sexta-feira (2), no julgamento do pedido de Revisão Criminal realizado no Pleno do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ), o réu finalmente foi absolvido por insuficiência de provas.
Na tarde de 21 de setembro de 1994, Lucineide teve a primeira relação sexual de sua vida, com um namorado da mesma faixa etária. No dia seguinte, sua mãe, Renilda Bispo dos Santos, percebeu um sangramento na calcinha da garota e a levou para fazer um exame no IML. Quando retornaram do exame, alguém teria dito que eu tinha ido à casa de Jonas, o que teria levantado as suspeitas da mulher. Hoje com 29 anos, a “vítima” revelou toda a história.
Mas, em 5 de julho de 1995, frente a frente com o juiz, Lucineide, já com 13 anos, narrou a história inventada pela mãe como se fosse real. O depoimento, presente nos autos do processo, bastou para a decisão do juiz Marinaldo Bastos Figueiredo, da 10ª Vara Crime de Salvador.
Soró foi enviado à Polinter, onde ficou preso por 10 meses. Em outubro de 2009, Jonas foi transferido para a Colônia Lafayete Coutinho, onde ficou até 23 de março de 2010, quando recebeu progressão de pena para o regime semiaberto, na Casa do Albergado e Egresso (CAE). Este ano, passou à prisão domiciliar. 

Informações Correio da Bahia

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